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Como viver da escrita na Internet (a minha experiência profissional)

Como viver da escrita na Internet (a minha experiência profissional)

Trabalho há cerca de 20 anos na área da redação de conteúdos web. Neste artigo, vou contar a minha experiência de como viver da escrita na Internet depois de ter feito um pouco de tudo neste domínio…

Os meus primeiros passos profissionais foram como jornalista num semanário local que virou notícia nacional depois de uma história polémica que envolvia um jacuzzi e uma personalidade com deveres públicos!

Mas essa história é para outro dia. É aqui referenciada simplesmente para ilustrar o meu perfil profissional multifacetado depois de ter passado também pela Rádio e de ter feito jornalismo desportivo durante mais de uma década.

Contudo, a crise de 2008 bateu-me à porta durante os anos da Troika e foi então que decidi mudar de vida em termos profissionais. Resolvi trocar o jornalismo e investir na área do copywriting.

Este texto resume como passei de jornalista a web copywriter e como é possível viver da escrita na Internet…

Mas antes de mais, temos de esclarecer o significado de alguns conceitos. Vamos por partes…

O que é um copywriter

O copywriting é a escrita de conteúdos para publicidade ou marketing, com o intuito de promover a venda de produtos ou serviços.

Desta forma, o copywriter pretende convencer ou conquistar os clientes de uma determinada marca, com o intuito de os levar a comprar. É uma profissão que assenta em técnicas de persuasão e onde é essencial ter um bom domínio da Língua Portuguesa.

A escrita é, neste caso, alinhavada com um propósito muito claro, seguindo uma linha bem definida e com uma missão evidente. O objetivo é realçar as vantagens ou o lado positivo de um determinado produto ou serviço.

O que é um jornalista

O jornalista é o profissional que se dedica à "pesquisa, recolha, seleção e tratamento de factos, notícias ou opiniões, através de texto, imagem ou som, destinados a divulgação, com fins informativos".

Isto significa que o papel essencial do jornalista é informar. Aliás, a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista indica que os profissionais desta área devem abster-se de "promover atividades, produtos, serviços ou entidades de natureza comercial ou industrial", bem como de escrever "mensagens publicitárias" ou exercer "funções de marketing".

Mas, tal como um copywriter, um jornalista precisa também de dominar muito bem a Língua Portuguesa, sobretudo se quiser trabalhar na informação escrita.

Como dei os meus primeiros passos na escrita web

Como se vê claramente, jornalistas e copywriters têm pontos de toque, mas também diferenças evidentes. Contudo, acumular experiência nas duas áreas pode revelar-se positivo para ambas, tirando benefícios das características fundamentais de cada uma.

É precisamente essa a minha experiência. A minha formação académica foi em jornalismo e acumulei experiência nesta área. Passei pela imprensa local, fiz Rádio e acabei a trabalhar como jornalista online durante cerca de uma década.

Estive, durante 12 anos, ligada a um site de futebol - o Relvado.com - que foi pioneiro em Portugal, surgindo como algo único num panorama onde os jornais desportivos divulgavam apenas as notícias nas suas páginas web sem a hipótese de se fazerem comentários ou qualquer outro tipo de interação.

Foi no Século passado! Num tempo em que o Facebook e o Instagram nem eram ainda uma miragem. E o Relvado.com era uma espécie de rede social de adeptos de futebol, onde eles podiam comentar os resultados dos jogos e as suas polémicas.

As opiniões dos relvinhas, como se autoapelidava a comunidade do site, já eram classificadas com mecanismos semelhantes aos "Likes" que, muito mais tarde, surgiram no Facebook e noutras redes sociais.

Além do trabalho como jornalista, com a escrita de notícias e a realização de entrevistas a figuras do futebol, eu era também responsável pela Gestão de Conteúdos e pela Gestão da Comunidade.

O site surgiu como um projeto experimental de uma empresa de Braga e, durante quase 10 anos, fui a única responsável pelo mesmo, alimentando-o e fazendo crescer a comunidade. Nesse período, o Relvado.com acabou por ser adquirido por um dos maiores grupos de media portugueses que depois resolveu "descontinuar" o projeto, no rescaldo da crise de 2008.

Para mim, foi uma experiência extraordinária que me permitiu desenvolver as competências como jornalista, mas, sobretudo, entender a linguagem muito específica da web. Porque escrever online é um pouco diferente de escrever offline!

Nesses primeiros anos da minha experiência profissional online, fui aprendendo com a prática - muitas vezes, por tentativa e erro!

Como viver da escrita na internet 2

A formação na área do Marketing Digital

Depois de ter perdido o emprego, no rescaldo da crise de 2008, resolvi reformular a minha vida profissional. Decidi que ia deixar o jornalismo de vez, nomeadamente depois de algumas entrevistas de emprego onde me senti profissionalmente ofendida, fruto da desvalorização do meu percurso profissional e das minhas competências – sem contar com os ordenados miseráveis!

Assim, comecei a pensar em mudar a bitola mais para a área do marketing, com o intuito de fazer web copywriting, o que me permitia continuar a viver da escrita que é o que eu gosto de fazer.

Foi, deste modo, que resolvi inscrever-me numa Pós-Graduação em Marketing Digital e e-Commerce. Nessa altura, já estava a trabalhar na Grow Under e fazia todo o sentido reforçar as minhas competências nesta área, considerando que tinha sido contratada como copywriter.

Esta formação foi uma espécie de "abrir de olhos" para o universo mais comercial da escrita web. Fiquei a conhecer conceitos da área do marketing digital que me eram desconhecidos e acabei com uma perceção muito mais clara do que deve ser um web copywriter.

Entretanto, já participei em workshops de copywriting e também fiz um MBA em e-commerce em formato e-learning. Adquiri, igualmente, competências na escrita de conteúdos para SEO, nomeadamente fruto do trabalho direto com especialistas nesta área.

Todas estes ensinamentos e aprendizagens suplementares ajudaram-me a melhorar a minha escrita para a web.

Que qualidades deve ter um redator web

Já trabalhei como freelancer a escrever para vários sites e blogues, bem como a fazer conteúdos para SEO. Vou deixar de seguida algumas dicas sobre como deve ser um bom redator web, considerando a experiência que tive no contacto com clientes muito diferentes e de áreas bem distintas...

1- Excelente domínio da Língua 

Saber escrever muito bem em Português, Inglês, Francês, ou na Língua em que pretende fazer carreira na web é fundamental para ter sucesso.

Ainda hoje faço alguns trabalhos para clientes com quem comecei a colaborar há anos, pois eles confiam na qualidade da minha escrita. Escrever bem e constantemente, mesmo naqueles trabalhos mais aborrecidos e mais mal pagos, é fulcral para ganhar reputação e conseguir uma espécie de certificado de qualidade.

2 - Criatividade para criar bons títulos

Ter um bom título é sempre meio caminho andado para conseguir passar uma mensagem - ou, pelo menos, para despertar a atenção sobre ela!

Para isso é necessário combinar tanto uma boa dose de criatividade como uma grande capacidade de síntese, para recorrer aos termos mais fortes e chamativos. Neste campo, a experiência como jornalista é muito importante.

3 - Grande capacidade de pesquisa

Antes de começar a trabalhar, um redator web precisa de "sumo" para escrever um bom texto. Assim, é imprescindível que faça um trabalho de pesquisa cuidado de modo a conseguir recolher dados relevantes e interessantes.

O processo de distinguir o trigo do joio, isto é, as informações falsas e desinteressantes dos conteúdos verdadeiros e úteis é crucial para concluir um bom artigo.

4 - Flexibilidade e capacidade de adaptação

Tanto jornalistas como copywriters precisam de ser totalmente flexíveis quanto aos assuntos que abordam - sobre os jornalistas é conhecida a piada de que sabem de tudo e de nada sabem!

Há pessoas que podem especializar-se em determinados temas, mas isso pode limitar muito os seus ganhos. Deste modo, podem abrir o leque de oportunidades se conseguirem escrever sobre vários temas, adaptando-se também às diferentes linguagens, conforme os assuntos em questão.

Ao longo da minha carreira profissional, já escrevi para sites de futebol e de celebridades, já fiz textos sobre medicina dentária, software e outros temas informáticos, já fiz notícias sobre física quântica e entrevistas com cientistas e políticos... Já escrevi sobre quase tudo!

Assim, quem escreve para a web deve ser uma espécie de "Super Elástico", capaz de sair da sua zona de conforto para ir ao encontro das necessidades do cliente.

5 - Dinamismo e espírito de iniciativa

No mundo web, tudo muda de um dia para o outro e, por isso, é preciso estar constantemente em cima do acontecimento. É preciso bem mais do que estar por dentro da atualidade e conhecer as últimas trends e as mais recentes novidades tecnológicas.

É importante também ser dinâmico e ter uma postura proativa, isto é, apresentando ideias e fazendo sugestões. Quando o cliente está longe, é preciso ir até ele! 

6 - Muita organização

Quando um profissional abraça diversos projetos, tem de ter uma grande capacidade de organização para poder controlar tudo.

Além de optar por ferramentas de gestão que auxiliem a rotina diária, como apps de controlo de tempo, é preciso que encontre uma forma de organizar as tarefas em função de prioridades e de prazos de conclusão.

A satisfação do cliente depende sempre muito dos prazos de entrega. Se se comprometer com um determinado deadline, deve cumpri-o à risca, sob pena de perder um cliente.

7 – Uma boa rede de contactos

O networking é um processo essencial para ampliar a rede de contactos e, assim, conseguir chegar a mais potenciais clientes. O LinkedIn é excelente para este propósito. Já recebi variadas propostas de trabalho através desta rede social.

Outra boa forma de encontrar clientes é fazer o registo em comunidades de redatores ou profissionais freelancers. Sites como o Freelancer.pt ou o Meuredator.com.br estão pensados para as pessoas que querem oferecer os seus serviços de forma independente ou esporádica.

Além de abrirem portas a novos trabalhos, estes sites também permitem ter contacto com outros profissionais, bem como avaliar o estado do mercado de trabalho. Mesmo que rejeitemos propostas de potenciais clientes, por serem desinteressantes, podemos sempre avaliar os preços que estão a ser praticados, por exemplo, para fazer eventuais ajustes no nosso preçário.

8 – Marketing pessoal

O sucesso online está também associado à "pegada" que um profissional deixa nos meandros da web. Assim, é importante apresentar o nosso trabalho em diferentes websites.

O LinkedIn é um espaço essencial para que qualquer trabalhador, especialmente quem exerce a atividade online, dê a conhecer as suas competências e qualidades.

Mas até o Facebook e o Twitter, ou mesmo o Instagram, podem funcionar como uma montra para o nosso trabalho, embora seja preciso fazê-lo com acerto e sem exagerar na autopromoção.

Há quem opte por criar um blogue, o que pode revelar-se uma boa estratégia a longo prazo, sobretudo se conseguir ter sucesso e uma boa base de seguidores. Nesse caso, poderá atrair clientes para a escrita e divulgação de textos de Marketing de Conteúdos.

Outra boa ideia de marketing pessoal passa por fazer um portefólio com os trabalhos realizados. Há diversos sites gratuitos, como por exemplo o Medium, o Journo Portfolio ou até o LinkedIn que permitem a publicação de materiais.

Importante é que nos locais onde divulgue o seu trabalho inclua também um pequeno resumo sobre o que você faz, nomeadamente com as suas competências principais, bem como os seus contactos (pelo menos, o email profissional).

9 - Atualização e formação constantes

Nunca se deve ficar parado à sombra da bananeira. No universo online, mais do que em qualquer outro, tudo muda de um dia para o outro. Por isso, é preciso estar em constante atualização - até para ficar à frente da concorrência!

Da mesma forma, é importante procurar continuamente fazer formações, enriquecer os conhecimentos e fortalecer as competências adquiridas com a experiência. Deve igualmente procurar desenvolver novas skills para se apresentar como um profissional multifacetado e com diversas mais-valias.

Se além de ser um grande redator, tiver também conhecimentos de design gráfico e de SEO, entre outros, ganhará pontos perante certos clientes.

10 - Resistência e resiliência

Finalmente, para trilhar este caminho dos redatores web, deve perceber que terá de ter uma forte capacidade de resistência aos momentos adversos, bem como a resiliência necessária para os superar.

Momentos haverá onde faltarão a criatividade e a inspiração para a escrita! Noutros pode ser o dinheiro a escassear. O importante é que persista, desenvolvendo a sua capacidade de se adaptar às situações e de encontrar soluções onde parecem inexistentes. No fundo, aprender a fazer omeletes sem ovos!

Em conclusão...

No fim de contas, é preciso constatar que a fórmula mágica de como viver da escrita na Internet é um mito. Há várias e diversificadas experiências a propósito desta realidade. Eu limitei-me a abordar a minha experiência pessoal. Mas é certo que a Internet pode ser uma boa opção profissional para obter rendimentos. Desde que haja mente aberta e coragem para trabalhar muito!

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