Como a Covid-19 está a influenciar as tendências de tecnologia de 2020
A tecnologia não pára, nem mesmo com a pandemia de Covid-19. Aliás, os constrangimentos motivados pela quarentena por causa do coronavírus até estão a potenciar algumas das as tendências de tecnologia de 2020.
Este ano deveria ser marcante e quase revolucionário em algumas áreas tecnológicas, mas a pandemia de Covid-19 veio condicionar tudo. De qualquer modo, são precisamente algumas das medidas tomadas para evitar a propagação do coronavírus que estão a impulsionar várias mudanças significativas no mundo tecnológico. Há áreas que vão ficar definitivamente marcadas por estes novos tempos tempos que vivemos.
Descubra as principais tendências de tecnologia de 2020
1. Crescimento da oferta de Serviços Online
Com milhões de pessoas em isolamento social, com o intuito de evitar a propagação do coronavírus, há cada vez mais serviços a serem prestados online. Várias entidades públicas estão de portas fechadas, pelo que só é possível ter acesso a certos serviços pela Internet. Esta realidade é uma tendência que vai ficar depois da pandemia, com os cidadãos a habituarem-se a ter acesso a uma panóplia de serviços sem saírem de casa.
Isto deverá verificar-se, nomeadamente, no domínio da Saúde, com cada vez mais instituições a facultarem consultas online, recorrendo a mecanismos de video-conferência, para prestar um serviço mais ágil, sem ter que esperar pela marcação de consultas ou ficar em salas de espera apinhadas.
2. Hiper-automação
O recurso a tecnologias assentes na Inteligência Artificial (IA) e em machine learning que se vinha sentindo já nas tendências tecnológicas de 2019, vai continuar a crescer. Esta realidade vai impulsionar a automação de processos robóticos, promovendo o uso de soluções tecnológicas que permitem facilitar os fluxos de trabalho, optimizando o rendimento e a operacionalidade.
Vamos a caminho de um cenário de hiper-automação, com processos centrados nas pessoas, dentro e fora do trabalho, que permitem retirar insights quase instantâneos para identificar potenciais falhas e promover maior eficiência.
A proliferação de bots, nomeadamente "Voice Bots" e Assistentes Virtuais, no atendimento ao cliente vem reforçar o peso da satisfação do consumidor. A hiper-automação tem como foco as pessoas e as suas necessidades e exigências, procurando implementar respostas rápidas e eficazes, seja pela disponibilização imediata do histórico de dados ou pela recuperação de informações, pelo envio de emails automáticos, pela resposta a dúvidas de utilizadores/clientes ou pelo cancelamento de encomendas e/ou de reembolsos.
Os robôs de serviço vão, cada vez mais, tornar-se populares, nomeadamente no uso de rotinas simples do dia-a-dia como aspirar e cortar a relva, por exemplo. Em alguns países, já têm sido usados robôs com Inteligência Artificial na limpeza de espaços públicos em substituição das pessoas em plena pandemia de Covid-19.
3. Multiexperiência
Com as pessoas confinadas em casa, devido à quarentena imposta pela pandemia de Covid-19, cada vez mais empresas estão a apostar no fortalecimento das experiências online dos utilizadores. A nova realidade é a "multiexperiência", retirando partido de tecnologias de Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR) e Realidade Mista (MR) que estão a mudar a forma como "vemos" o universo digital e como interagimos com ele.
Com o conceito de "People-Centric" no horizonte, esta nova abordagem passa pelo recurso a aplicações e softwares que asseguram múltiplas experiências aos utilizadores, criando vivências mais imersivas e permitindo interacções muito mais estimulantes.
Esta realidade é perceptível com o crescimento das áreas de Smart Home ou Casa Inteligência, com aplicações como Google Home e Amazon Alexa, e com o grande desenvolvimento de tecnologia wearable, como pulseiras e ténis inteligentes. Retirando partido do uso de dispositivos e aplicações por via de smartphones, assistentes de voz e smartwatches, o intuito é misturar as possibilidades de gestos, toques, interfaces multisensoriais, aplicações de chat, touchpoints, de uma forma que garante toda uma nova vivência do mundo virtual.
4. Blockchain
O Blockchain, uma tecnologia de banco de dados que visa reforçar a segurança em transacções financeiras e de informação na Internet, é outra tendência que continua em ascensão. Depois de ter sido sobretudo usada no âmbito do sector financeiro, porque surgiu associada às criptomoeadas e ao bitcoin, hoje em dia está mais disseminada e é usada num leque alargado de operações, nomeadamente para rastrear alimentos por grandes armazéns de retalho nos EUA ou registar propriedades no Dubai.
Utilizada por empresas como Walmart, IBM, Mastercard, Nestlé e Amazon, esta tecnologia tira cada vez mais partido da Inteligência Artificial (AI), combinada com a Internet das Coisas (IoT), para garantir transacções mais confiáveis, mais seguras e mais blindadas contra fraudes. É utilizada em operações que vão do registo de documentos e identidades até à certificação e prevenção de falsificações, passando pelo rastreamento de produtos, pela verificação de medicamentos e até por processos eleitorais e decisões judiciais.
5. Compras oline mais fáceis e mais personalizadas
O isolamento social por causa da Covid-19 também está a levar a um crescimento do e-commerce, uma tendência que veio para ficar, prevendo-se que, nos próximos anos, cada vez mais consumidores apostem nas compras online. Face a esta realidade, as marcas estão a apostar em soluções mais personalizadas e mais direccionadas para os interesses e necessidades dos clientes, tirando partido das tecnologias mais recentes.
Além do foco em melhorar a experiência do consumidor, a aposta passa também por promover soluções mais simples e ágeis, nomeadamente para permitir a comparação rápida de preços e a visualização de características do produto. Potenciar a compra num único clique, permitir a recepção de ofertas personalizadas em redes sociais, por exemplo, com a possibilidade de compra imediata, bem como a entrega rápida para o local desejado são o caminho desejável.
Outra tecnologia emergente neste âmbito é o Pagamento por Reconhecimento Facial que tem sido desenvolvido, sobretudo, na China, mas que crescentemente abrirá caminho noutros países. A pandemia de Covid-19 e o receio em tocar nos terminais multibanco vem potenciar o investimento no Reconhecimento Facial. O dinheiro e os cartões bancários começam a ser cada vez menos utilizados, ganhando terreno não só o Pagamento por Reconhecimento Facial como também os pagamentos com QR Code, Self-Checkout, entre outros.